Exposições Evolução Humana e Primeiros Habitantes do Concelho
Entre os dias 24 e 27 de outubro de 2023, as turmas de 7.º ano da Escola D. Maria II de Vila Nova da Barquinha visitaram as exposições patentes no CIAAR.
Acompanhados pela professora de História, Maria do Céu Marques, os alunos ficaram a conhecer os nossos antepassados mais remotos, através das réplicas de crânios, desde o Ardipithecus até ao Homo Sapiens (espólio da exposição “Evolução Humana”, a qual foi cedida pelo Instituto Politécnico de Tomar).
Puderam, também, ter conhecimento das três fases do período Paleolítico, pela observação dos utensílios fabricados por essas sociedades de caçadores-recoletores, que fazem parte da exposição permanente do CIAAR e que são evidência de ocupação humana no concelho de Vila Nova da Barquinha.
Finalmente, foi-lhes dada a conhecer a réplica da estrutura de combustão, com datação absoluta de cerca de 25 mil anos, identificada no sítio arqueológico de Ribeira da Atalaia. Este sítio, Ribeira da Atalaia, tem uma datação absoluta de mais de 300 mil anos tendo sido, até há pouco tempo, um dos sítios mais antigos do Paleolítico Inferior identificado na Península Ibérica.
“Dimensões do Passado – Homenagem a José da Silva Gomes”
É apresentada a ideia conceptual relativa à criação do Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo, no concelho de Vila Nova da Barquinha (CIAAR).
Em simultâneo, está patente uma pequena mas sentida homenagem ao seu primeiro director, José da Silva Gomes.
A nossa homenagem está patente através de uma série de imagens que nos revelam o que foi o seu dia-a-dia arqueológico e, em vitrina, estão dispostas algumas lembranças usadas nos tempos dedicados a este afã.
Espaço Expositivo 1
Patente uma exposição monográfica sobre as cavidades cársicas do vale do Nabão: Gruta do Morgado, Gruta do Cadaval, Gruta dos Ossos e Gruta de Nª. Srª. das Lapas.
Esta é uma exposição sobre as grutas intervencionadas nos anos 80 do século passado, sendo de salientar a importância funerária que todas elas têm para a compreensão de uma das unidades geomorfológicas que pertencem ao espaço geográfico ocupado pelo Alto Ribatejo.
Podemos observar não somente registos, mas também artefactos, da ocupação funerária destas cavernas durante os tempos do Neolítico e do Calcolítico. Os artefactos expostos em vitrina resultam de oferendas votivas adicionadas aos enterramentos dos indivíduos falecidos, numa fase da História da Humanidade em que as comunidades já se dedicavam à domesticação de plantas e de animais e possuíam tecnologias como a de cozer o barro, produzindo recipientes cerâmicos, polimento da pedra para produzir machados, e mais tarde, manuseamento de elementos de jazidas de cobre, originando assim uma nova etapa da História do Homem.
Espaço Expositivo 2
Este espaço está reservado à divulgação de sítios arqueológicos intervencionados no Alto Ribatejo.
As campanhas arqueológicas tiveram o seu início em 1983 e prolongam-se até aos dias de hoje.
A lógica expositiva está subordinada a uma área geográfica que possui três unidades geomorfológicas distintas: O Maciço Calcário do Jurássico, o Maciço Hespérico e a bacia Sedimentar do Médio Tejo. Em cada uma destas unidades geomorfológicas foram encontrados sítios arqueológicos que são classificados como habitat, povoado, necrópole, anta e arte rupestre.
Para além de uma apresentação geomorfológica e da compreensão da importância dos rios nas vidas das comunidades do passado, os sítios arqueológicos, os artefactos e as réplicas de solos estão subordinados às duas grandes áreas da Pré-História: A Pré-História Antiga e a Pré-História Recente.
A Pré-História Antiga é representada, no vale do Médio Tejo, pelo arqueossítio Ribeira da Atalaia, pertencente a um período vulgarmente conhecido como o dos Caçadores-Recolectores e por várias manchas de ocupação das quais se salientam diversos artefactos líticos, como as peças bifaciais, tão características deste período da História da Humanidade.
A Pré-História Recente, caracterizada pela existência de outro tipo de comunidades – as Agro-Pastoris, revela já uma maior diversidade de tipo de sítios e de artefactos.
Neste período, salientamos:
– Existência de ocupação funerária, quer em cavidades cársicas quer em monumentos megalíticos;
– Existência de habitats – povoados – aldeias, onde é possível observar a existência de variado tipo de estruturas como silos, fornos, buracos de poste, estruturas construídas com materiais autóctones, como seixos de quartzo e de quartzito;
– Existência de expressão plástica do imaginário humano caçador-recolector e agro-pastoril, revelado pelo que comummente é conhecido por Arte Rupestre, quer através da pintura quer através da gravura.
Os materiais colocados em vitrinas são materiais de ocupação funerária e revelam o grau de importância que as gentes agro-pastoris dedicavam aos seus mortos.
Através da variada tipologia dos artefactos que foram colocados nos locais fúnebres, podemos induzir uma vivência rica em variada matéria-prima utilizada não somente em locais funerários mas também em locais de habitat, seja em suporte lítico, cerâmico, ósseo ou conquífero.
Sarau de Ciências – A Ciência à nossa volta.
No âmbito do Projeto Ciência do Agrupamento de Escolas de Vila Nova da Barquinha decorreu na noite do dia 31 de março um Sarau de Ciências, na Escola D. Maria II. Foram apresentados alguns trabalhos desenvolvidos na escola e por alunos da escola, bem como algumas atividades dinamizadas por representantes da sociedade em várias áreas profissionais. O objetivo geral das atividades foi mostrar a importância da Ciência no mundo que nos rodeia.
Os alunos apresentaram vários projectos entre eles, carrinhos com células fotovoltaicas, uma tabela periódica feita com caixas de fósforos, fornos solares, entre outros.
O CIAAR (Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo) aceitou o convite e apresentou a arqueologia como ciência e a sua ligação com outras ciências, como história, antropologia, geologia, paleobotânica, arqueoozoologia, etc. Além do CIAAR, estiveram presentes outras entidades como o CIEC e o Centro de Ciência Viva de Constância.
Ao longo da noite o Clube happening apresentou rábulas científicas, houve lugar a um momento de magia e em simultâneo decorreu um festival de sopas e tapas para os presentes poderem degustar.
Numa noite em que a escola esteve aberta à comunidade e contou com a presença dos pais e familiares, o sarau teve a participação da Rádio D. Maria II.