O Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo – CIAAR – foi criado por uma parceria entre a Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha e diversas ONGs de Investigação e Património, em estreita relação com o sector de Arqueologia e Pré-História do Instituto Politécnico de Tomar, há cerca de uma década.
Na sua origem importa destacar duas componentes, para além da municipal: a dimensão do associativismo juvenil de património, protagonizado pela associação ArqueoJovem (fundadora do CIAAR) e reconhecido como tal pela Secretaria de Estado da Juventude (em particular pelo então Secretário de Estado, Dr. Miguel Fontes); a dimensão da investigação arqueológica, protagonizada pelo Instituto Politécnico de Tomar e materializada na associação ao acto fundacional do CIAAR de dois centros com ele articulados (e de que se destaca o CEIPHAR – Centro Europeu de Investigação da Pré-História do Alto Ribatejo).
O CIAAR foi criado para desenvolver actividades de inventário, estudo, preservação e valorização do património arqueológico através: da transferência de conhecimentos e utilização das tecnologias aplicadas à arqueologia e áreas colaterais; da organização de seminários, conferências e acções de formação; da colaboração em acções e estudos com outras entidades, designadamente do ensino; do exercício de outras funções sem fins lucrativos.
Ao cabo de 10 anos, o CIAAR afirmou-se no plano da pesquisa como um pólo de referência nacional e internacional, em particular devido aos trabalhos desenvolvidos em torno à estação paleolítica da Ribeira da Atalaia. Paralelamente, desenvolveu diversos projectos de socialização do conhecimento, incluindo exposições, actividades com as escolas e a edição do jornal Novo Almourol.
Neste contexto, o CIAAR tem cumprido de forma relevante os objectivos de inventário (com destaque para o inventário dos sítios arqueológicos de Vila Nova da Barquinha, hoje informatizada em colaboração com o Centro de Pré-História do IPT), estudo (com dezenas de sítios e milhares de objectos estudados e publicados, diversas conferências, congressos e seminários especializados, incluindo o acolhimento de um Mestrado em Gestão e Conservação da Natureza e de outros cursos do IPT) e preservação (quer pela conservação dos acervos quer pela monitorização dos sítios ao ar livre, em diversos casos feita em parceria com outras entidades).
Na vertente da valorização social e da socialização do conhecimento arqueológico, o CIAAR tem realizado diversas exposições e mantém, além do jornal, o serviço ArqueoNews.
Iniciativa "Passeio Fotográfico" teve a sua primeira visita
à Quinta da Cardiga

Grupo do Passeio Fotográfico à Quinta da Cardiga, no dia 6 de outubro de 2024. Fotografia: José Saraiva
A parceria entre o atelier de fotografia Âncora e o CIAAR (Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo), resultou no primeiro “Passeio Fotográfico” desta feita, à Quinta da Cardiga, no passado dia seis de outubro, contando com o apoio da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha e de Manuel Fonseca Escritório de Seguros. A atividade, ministrada pela fotojornalista Kenia de Aguiar Ribeiro, tem por objetivo “desenvolver a sensibilidade do olhar fotográfico que toda a pessoa tem dentro de si” (disse a própria ao JNA).
Esta atividade, dividida em duas etapas, reveste-se de várias facetas, sendo a principal a aprendizagem de elementos da linguagem fotográfica, em sítios com valor patrimonial e histórico.
A primeira etapa é a prática fotográfica em campo, onde os participantes exercitam alguns elementos da linguagem fotográfica, tais como: linhas, texturas, padrões, cores contrastantes, regra dos terços, entre outros.
A segunda etapa, denominada por leitura de imagens, consiste num encontro online, no qual a formadora analisa uma amostra de fotografias de cada participante. Esta leitura de imagens permite um outro olhar sobre o trabalho de cada autor. Também, assim, a formadora comenta aspectos técnicos, de modo a valorizar a imagem captada, como por exemplo: a aplicação de um corte ou a correção da linha do horizonte.
É desta forma, na complementariedade das duas fases (fotografia em campo e leitura de imagens), que a formadora proporciona o desenvolvimento da aprendizagem do trabalho individual efetuado em cada “Passeio Fotográfico”.
Dado o sucesso verificado da atividade, prevê-se a organização de próximos “Passeios Fotográficos” incluindo a outros locais do concelho de VN Barquinha e arredores. Todas as informações, essenciais para uma boa fotografia, são igualmente disponibilizadas em formato de postais, compondo o material didático incluído na atividade e que os participantes poderão levar nas suas futuras incursões fotográficas.
Depoimentos
Deste primeiro passeio, apresentam-se aqui algumas opiniões de quem participou:
“Quanto à atividade foi excelente! Gostei imenso, quer da oportunidade de conhecer a Quinta, quer pela forma como o passeio fotográfico se realizou. Cumprimentos” (Irene Inácio, Odivelas);
“Quanto a palavras, só posso dizer que a ação foi fantástica, com acompanhamento fotográfico de excelência e também o acompanhamento por antigos frequentadores da Quinta da Cardiga, para as explicações devidas. Muito bom” (José Saraiva, Odivelas);
“Foi uma visita histórica muito interessante e que com a orientação e conhecimentos de Kenia Aguiar, organizadora do evento, foi possível uma visão extraordinária de todos os pormenores. Observei e registei locais que ficarão para sempre na memória… Grata a todos que proporcionaram um dia excelente” (Rosa Homem, Praia do Ribatejo).
Segundo Passeio Fotográfico e primeiro do ano,
aconteceu no passado dia 19 de Janeiro de 2025

Decorreu no passado dia 19 de Janeiro,
o primeiro Passeio Fotográfico deste ano de 2025.
Em breve, publicar-se-ão algumas fotos
dos participantes.

Próximo Passeio Fotográfico já tem data marcada
O próximo Passeio Fotográfico já tem data e destino marcados.
Será no dia 22 de Fevereiro, às grutas de Mira d´Aire.
Esteja atento às informações que irão ser publicadas, nomeadamente, como se inscrever.

3º PASSEIO FOTOGRÁFICO - GRUTA DE MIRA D'AIRE
22 DE FEVEREIRO DE 2025, SÁBADO

Dia 22 de Fevereiro, não perca o Passeio Fotográfico à Gruta de Mira d’Aire
Propósito do passeio fotográfico:
* Educar o olhar para o belo: incentivar os participantes a perceberem e capturarem a beleza ao seu redor, focando em detalhes que muitas vezes nos passam despercebidos;
* Despertar a sensibilidade fotográfica: introduzir noções de alguns elementos da linguagem fotográfica, como com[1]posição, texturas, contrastes, linhas, sombras, perspectivas, entre outros;
* Gerar elevada convivência: proporcionar momentos inesquecíveis de convivência entre os participantes, baseados em valores tanto humanos quanto éticos e estéticos.
A quem se destina:
* Toda e qualquer pessoa que goste de fotografia;
* Entusiastas da arte e da beleza;
* Pessoas interessadas em experimentar convivências inusitadas.
Estes Passeios Fotográficos acontecem, sempre, em dois momentos:
* Passeio fotográfico
* Leitura de imagem (online), em data definida pela fotógrafa e instrutora (neste caso, será dia 1 de Março, às 9h30. Na véspera, será enviado o link de acesso aos participantes).
Valores por pessoa:
20 rolos | Passeio Fotográfico + Leitura de imagem (online)
35 rolos | Passeio Fotográfico com almoço em Vila Nova da Barquinha + Leitura de imagem (online).
A entrada na gruta é paga, individualmente, no momento (8,70€).
Os preços incluem: Seguro de Acidentes Pessoais; Transporte (ida e volta) de Vila Nova da Barquinha (ponto de encontro) até ao destino. E mais uma surpresa! Uma coleção de postais, com elementos da linguagem fotográfica. Este material didático é da autoria da instrutora, Kenia de Aguiar Ribeiro.
As inscrições são limitadas a 12 participantes e deverão ser feitas através do seguinte formulário:
https://forms.gle/25qoVqoz3f7HAntQ7
A inscrição será efetiva mediante o envio do comprovativo de pagamento, até dia 20 de fevereiro para o email: ciaar.vnbarquinha@gmail.com
Para mais informações, poderá contactar através do número: 249 711 209.
A parceria entre Âncora e CIAAR (Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo) promotores desta iniciativa, conta com o apoio da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha e o patrocínio de MF Seguros.
Workshop de organização de fotografias em arqueologia
Este curso é destinado a arqueólogos, investigadores e docentes que necessitam de uma metodologia rigorosa e ordenada aplicada à sua documentação fotográfica e ao conjunto de imagens referente ao seu programa de ensino ou pesquisa.
Modalidade: on-line.
Datas: clicar no link abaixo
Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo
Biblioteca
O objectivo da Biblioteca é o de vir a integrar, potencialmente, a totalidade da bibliografia específica de arqueologia e património do Alto Ribatejo, assumindo tal objectivo uma expressão supra-regional em temáticas cuja expressão académica nacional é prioritariamente assegurada pelos programas de investigação e pós-graduação do Instituto Politécnico de Tomar.


“O município de Vila Nova Barquinha encerra diversas estações arqueológicas do Pleistoceno Médio e Superior (desde o Paleolítico Inferior), que foram identificadas ao longo de décadas e sistematicamente inventariadas pelo Núcleo de Arqueologia da Barquinha da ArqueoJovem. Diversas destas estações (sobretudo nas freguesias de Atalaia, Moita e Barquinha) mereceram intervenções, de importância diferenciada. Um destes sítios (Fonte da Moita) foi alvo de escavações sistemáticas e estudos multi-disciplinares, que já o permitiam definir como local de referência para o estudo do Paleolítico Inferior no Vale do Tejo. No entanto, o sítio da Ribeira da Atalaia, na verdade uma ampla área onde se sobrepõem ocupações humanas ao longo de mais de 300.000 anos, é qualitativamente distinto dos demais, não apenas pelo seu enorme interesse científico (ocupações de períodos diversos, bem documentadas; as mais antigas datações em Portugal; as mais antigas estruturas ao ar livre construídas por homens modernos no Paleolítico Superior no vale do Tejo), mas também pelo seu grande potencial turístico-cultural. !”